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Luto - o movimento em direção à vida.

  • Foto do escritor: Angélica Oliveira
    Angélica Oliveira
  • 3 de dez. de 2024
  • 2 min de leitura

Atualizado: 24 de fev.




O luto é uma experiência universal que surge diante da perda de um objeto de amor — seja ele uma pessoa, uma relação, ou mesmo uma situação significativa. O luto pode ser definido como um processo em que o sujeito vai aos poucos se desprendendo desse objeto de amor perdido. Esse processo é chamado de trabalho de luto, que envolve:


Reconhecimento da perda: O sujeito precisa tomar consciência de que o objeto amado não existe mais, aceitando sua ausência na realidade.


Desinvestimento libidinal: é o processo de retirar a energia emocional que estava ligada àquilo que foi perdido. Por exemplo, quando alguém importante para nós parte, é como se uma parte da nossa energia emocional continuasse "presa" nessa pessoa ou relação. No luto, essa energia precisa ser lentamente liberada para podermos colocá-la em outras coisas, como novas relações, projetos ou interesses.

Não significa esquecer ou deixar de amar, mas aprender a lidar com a ausência e permitir que a vida siga em frente. É um processo natural e necessário, embora muitas vezes doloroso, porque envolve aceitar que aquilo que perdemos não faz mais parte da nossa realidade.


Reinvestimento em outros objetos: Após o desinvestimento, a energia pode ser direcionada para novas relações e interesses.


O Luto Normal e o Luto Patológico 


Há diferenças entre o luto "normal" da melancolia, que seria um luto patológico. Enquanto no luto "normal" o sujeito consegue, ainda que com sofrimento, aceitar a perda, na melancolia o sujeito incorpora o objeto como parte de si, dificultando o desprendimento. Há também o sentimento de culpa, no qual aparece um julgamento de si, muitas vezes com autodepreciação e sofrimento intenso.

Para a psicanálise, o luto é mais do que uma resposta emocional, ele é também um processo inconsciente. As relações que estabelecemos com os objetos são carregadas de significados simbólicos, e o rompimento dessas relações pode reativar vivências passadas de perda.


A Escuta Psicanalítica no Luto


Na clínica Psicanalítica, será oferecido um espaço de escuta, no qual poderá contribuir para que o sujeito possa dar sentido à sua dor, permitindo que ele elabore os significados inconscientes da perda. O luto, então, pode se transformar em uma oportunidade de crescimento psíquico, mesmo que envolva revisitar feridas antigas.

O luto é único para cada indivíduo, variando conforme a profundidade do vínculo com o objeto perdido e a estrutura psíquica de cada sujeito. A psicanálise, nesse contexto, não busca acelerar o processo, mas respeitar o ritmo do enlutado enquanto facilita sua elaboração.

Este olhar psicanalítico sobre o luto revela que, mesmo diante da dor, há um movimento em direção à vida. A perda nos transforma, mas também nos ensina a ressignificar nossas relações e nossa história. 

Se você está vivendo um processo de luto, saiba que não precisa enfrentar essa travessia sozinho. Estou aqui para oferecer um espaço de escuta e reflexão, onde juntos podemos dar sentido à sua dor e encontrar caminhos para seguir em frente. Conte comigo.


 
 
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